Ana Castela será a maior cantora sertaneja do Brasil, afirma executivo da música
Sérgio Affonso, ex-presidente da Warner Music Brasil, exalta a cantora sertaneja Ana Castela e destaca a construção genial de ritmos do “agronejo“
Talento, visão de mercado e sucesso: essas três palavras definem bem Sérgio Affonso, o novo entrevistado do Movimento Country. Há mais de 55 anos trabalhando na indústria fonográfica, o ex-presidente da Warner Music Brasil, uma das maiores gravadoras do mundo, agora se permite dedicar a um grande sonho frente ao selo “Alma Viva“.
Desde que deixou a presidência da Warner, Sérgio Affonso trabalha incessantemente na descoberta de novos talentos para, assim, inseri-los no ramo da música da forma mais preparada possível. Essa tarefa parece não ser tão difícil ao profissional, que traz em seu currículo nomes de peso como Anitta, Ludmilla, IZA, Sambô e muitos outros artistas de sucesso do nosso país.
Assim como o nome do seu selo, o empresário já trouxe muita vida para a alma da música nacional. Em 2021, Sérgio Affonso recebeu a coroação da Billboard, que o elegeu como um dos ‘International Power Players‘ daquele ano, devido ao seu trabalho de excelência frente à Warner Brasil e no gerenciamento de carreiras de sucesso.
A realidade é que a Warner é uma das gravadoras que mais se reinventam na atualidade. A abertura de portas ainda maiores para o funk e sertanejo, atualmente os ritmos mais populares do Brasil, vem moldando um novo – e lindo – futuro para a música nacional, livre de preconceitos e do jeito que o público gosta e consome.
Na entrevista, ao falar sobre o funk, Sérgio Affonso rasga elogios ao gênero e confessa que chegou a preparar um projeto que o levaria para o mundo, com bailes em Nova York, na Times Square, em Lisboa e muitos outros pontos estratégicos. Para ele, inclusive, a dominação está apenas começando e o funk chegará ainda mais longe.
“O gringo enlouquece quando escuta o funk brasileiro. Depois do reggaeton, talvez [o funk] seja a música pop/urbana mais criativa que existe. Então, o gênero é muito poderoso, e ainda está só começando a se organizar. Evidentemente carecia de uma administração, e já tem gente fazendo trabalhos incríveis”, disse ao Movimento Country.
Para o empresário, ainda, dois emblemáticos nomes nacionais ainda ganharão muito mais destaque internacional: “A música consumida do Brasil [no exterior] ainda é a bossa nova, a música popular brasileira… mas o funk entra forte e acho que artistas como Anitta, Ludmilla e outros ainda vão fazer muito sucesso”.
Para Sérgio Affonso, o funk e o trap já são a música popular do Brasil na atualidade. No entanto, vale destacar uma menção honrosa para a música sertaneja, que ao longo das décadas vem atingindo o grande público em lugares que antes era impossível sua chegada.
Para Sérgio Affonso, a evolução do sertanejo é um fato incrível. Se antes não entrava no Rio de Janeiro, agora é por lá que os grandes artistas estão chegando. Em shoppings, a dominância vem acontecendo de forma brilhante, bem como em outros locais que ela não alcançava, ao contrário dos interiores, onde tem décadas de dominância.
O empresário também cita um gênero que se despontou como o queridinho do público e já comentamos aqui no Movimento Country que tem tudo para dominar os próximos anos: o chamado “agronejo“. Para ele, artistas como Ana Castela, Luan Pereira, Israel e Rodolffo – além do duo Us Agroboy e Leo e Raphael – estão revolucionando a música sertaneja atualmente.
Produzidos por Eduardo Godoy, a grande mente pensante que idealizou e deu fama ao “agronejo” durante e depois da pandemia, o gênero está estourado e significa muito mais que as letras falando da roça, de chapéus e botinas: traz uma mistura de sonoridades impecáveis que até então não havia sendo explorado pelas músicas populares do país.
“Tem gente no Brasil fazendo uma mistura musical que, para mim, é a mais criativa do momento, e de uma inteligência… Eles foram uma das últimas coisas que eu deixei contratado na Warner, porque eles conseguiram fazer músicas onde começam com o sertanejo, passam pelo funk, entram no trap, voltam para o sertanejo e terminam no sertanejo”, disse Sérgio Affonso.
Em seguida, o empresário cita a “Fazendinha Sessions“, um projeto que traz uma espécie de “Poesia Acústica“, com os maiores nomes do gênero, para interpretar canções sertanejas e tem dado muito, mas muito certo. Para ele, inclusive, o pessoal do “agronejo” está levando o trap e o funk para o interior do Brasil, onde a música sertaneja chega facilmente e os outros gêneros não.
“É uma ideia incrível você ir no meio do mato e ver um cara cantando funk. Eles estão fazendo essa mistura de uma forma inspiradora”, elogiou Sérgio Affonso, destacando Ana Castela e dizendo com convicção que ela veio para ficar.
Ana Castela: a nova suprema da atualidade e dos próximos anos
Agora vamos falar sobre Ana Castela! A jovem artista, de apenas 19 anos, transfigurou a música sertaneja. Com um talento ímpar, carisma ‘de milhões’ e letras muito cativantes, a cantora sertaneja, namorada de Gustavo Mioto, recebe muitas comparações com Marília Mendonça, e o motivo é a sua grandiosidade na atualidade.
E ela não é sucesso apenas de público, mas também entre os executivos. Sérgio Affonso destaca na entrevista que, antes de sair da Warner Music Brasil, ficou enlouquecido pela Ana Castela e sua arte. Sem avisar, ele chegou a participar da gravação do ‘Faustão na Band’, em São Paulo, para encontrá-la, e, desde então, o empresário aposta que a sertaneja será a nova suprema para os próximos anos, podendo até ser a da história:
“Precisa fazer muita besteira para ela não ser a artista brasileira mais importante do Brasil em mais de uma década. Ela tem juventude, beleza, passa uma alegria, ela é tudo!”, elogia ele, que logo em seguida volta a falar sobre sua música: “Ela faz uma mistura que é importante para o Brasil, como no Fazendinha Sessions, que é uma loucura absurda. É a música sertaneja se renovando na cara da gente, e eu acho isso impressionante”, exclama.
De fato, Ana Castela vem comandando a música sertaneja e já é a artista mais tocada do segmento em âmbito nacional e mundial. Apelidada carinhosamente de “a nova Marília Mendonça”, a cantora sertaneja encanta multidões por onde passa, e não se prende no sertanejo! O pop e o funk fazem parte e trazem um grande diferencial para essa construção meteórica que tem sido a sua carreira.
Afinal de contas, o que é o “agronejo”?
Muito se fala e aborda sobre o “agronejo”, mas muita gente ainda não sabe designar esse novo gênero que está mudando e revolucionando a música sertaneja. Para explicar esse fenômeno, devemos primeiramente citar uma pessoa imprescindível para que isso acontecesse: Eduardo Godoy.
Foi pelas mãos deste produtor de grandes sucessos, durante a pandemia, que o “agronejo” nasceu e começou a dar os primeiros passos rumo ao topo das paradas nacionais. No catálogo entre os mais importantes, se destacam Luan Pereira, Us Agroboy, Leo e Raphael e Ana Castela, que tem se tornado um fenômeno da música.
O estilo “agronejo” une a música sertaneja, o trap e o funk fazendo uma mistura inédita na música brasileira agradando tanto o público sertanejo, quanto os amantes da música pop e dos derivados gêneros. É aquele tipo de letra que exalta a vida no campo, o trabalho, as vestimentas típicas sertanejas, e traz um toque de diversão e criatividade para tudo que se propõe a fazer.
Mais do que a abundância do agronegócio, como muitos apontam por aí, o “agronejo” é a celebração de variados e populares gêneros para a construção de um novo e divertido ritmo que, cá entre nós, caiu no gosto do público e não cessará tão cedo.